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sexta-feira, 6 de junho de 2014
Borderlands 2 (PS Vita)
Por Fernando Mucioli
A série Borderlands foi uma das mais divertidas dentre as criadas nos últimos anos. Ela mistura uma fórmula de jogo de tiro simples (mas cheia de toques de profundidade) com aquele sistema obssessivo-compulsivo em que cada inimigo, cada baú, cada esquina tem um item novo para você pegar. Essa avalanche de conteúdo faz com que o jogo seja quase eterno. Só não seria uma boa ideia passar tanto tempo na versão portátil do game. Borderlands 2 saiu para o PlayStation Vita, um esforço feito entre a 2K Games, os criadores originais da Gearbox Software e o estúdio Iron Galaxy. Por mais que o jogo seja bom nos consoles e no PC, colocá-lo no portátil da Sony foi como pensar que calda de chocolate combina com picanha, porque as duas coisas são gostosas. No jogo você controla um entre quatro caçadores de tesouros que tentam a sorte em um mundo alienígena, cada um com um conjunto de poderes especiais. Lilith, por exemplo, é capaz de prender os inimigos em bolhas de energia. Já Zer0 pode ficar invisível e aplicar ataques mortais com sua espada em inimigos incautos. Cada um dos personagens se encaixa em um perfil de jogador, e explorar as particularidades de cada um deles é bastante divertido. O jogo se estrutura em um grande mundo aberto, dividido em várias sub-seções, e em um sistema de missões. Você chega em um lugar, conversa com as pessoas e elas distribuem tarefas das mais variadas - mas que geralmente envolvem matar um número de monstros ou bandidos. Como recompensa, você ganha pontos de experiência para evoluir seu personagem (e assim desbloquear novos poderes), dinheiro e armas. Há as missões que prosseguem com a história e outras paralelas, que oferecem desafios adicionais e recursos para que você fique cada vez mais forte. Os armamentos são outro ponto forte do jogo. Existem pistolas, metralhadoras, revólveres, granadas, rifles e todo tipo de coisa que dispare balas. Cada uma delas ainda pode ter propriedades adicionais, como deixar o inimigo pegando fogo ou causar explosões. Experimentar com os diferentes tipos de equipamento é mais uma coisa que torna Borderlands 2 um game bastante divertido. Mas não tanto no Vita, infelizmente. O trabalho feito nesse port foi simplesmente o de pegar o jogo e de reduzi-lo em escala - nada foi adaptado pensando especificamente na experiência de um portátil. Isso quer dizer que o texto é extremamente pequeno e difícil de ler, assim como inimigos e outros elementos ficam impossíveis de serem identificados, quando se olha à distância. Jogar essa versão de Borderlands 2 é um convite à vista cansada e dor nos olhos. Os controles também não ajudam a deixar a experiência mais agradável. A pegada do Vita e o posicionamento dos controles e analógicos não é compatível com o estilo rápido da ação do jogo, ainda mais com vários inimigos na tela - ainda que a dificuldade pareça ter sido diminuída com relação às versões anteriores. O jogo ainda usa os sensores de toque do portátil, o que é outra péssima ideia para jogos de ação frenética. O golpe corpo-a-corpo é um toque no painel traseiro e, para correr, é preciso deslizar o dedo por ele, o que é bastante incômodo, ainda mais para quem tem mãos grandes. Borderlands 2 continua sendo um jogo divertido, mas jogá-lo no Vita não é nada recomendável se você preza pela saúde dos seus olhos, suas mãos e pela sua sanidade - porque não é normal ter que esperar mais de 2 minutos em um loading de um jogo portátil, e nem de sair de uma sessão de jogos precisando de óculos.
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